§ A flauta de Pã (1917)
§ Jardim das Hespérides (1920)
§ A mentirosa de olhos verdes (1924)
§ Vamos caçar papagaios (1926)
§ Borrões de verde e amarelo (1927)
§ Martin Cererê(1928)
§ Deixa estar, jacaré (1931)
§ Canções da minha ternura (1930)
§ Marcha para Oeste (1940)
§ O sangue das horas (1943)
§ Um dia depois do outro (1947)
§ Poemas murais (1950)
§ A face perdida (1950)
§ O arranha-céu de vidro (1956)
§ João Torto e a fábula (1956)
§ Poesias completas (1957)
§ Montanha russa (1960)
ENSAIO
§ O Brasil no original (1936);
§ O negro da bandeira (1938);
§ A Academia e a poesia moderna (1939);
§ Marcha para Oeste (1940);
§ A poesia na técnica do romance (1953);
§ O tratado de Petrópolis (1954);
§ Pequeno ensaio de bandeirologia (1959);
§ 22 e a poesia de hoje (1962);
§ Algumas reflexões sobre a poética de vanguarda (1964)
§ A difícil manhã (1960)
§ Jeremias Sem-chorar(1964)
§ Os sobreviventes (1971)
Algumas poesias do livro "Jeremias Sem-Chorar"
a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
de novo a esperança
na esfera
a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
uma nova esperança
na esfera
a esfera
em torno de si mesma
me ensina a espera
a espera me ensina
a esperança
a esperança me ensina
uma nova espera a nova
espera me ensina
uma nova esperança
na esfera
VIAGEM EM CÍRCULO
(REPETIÇÃO)
a esperança me o-
briga a caminhar
em círculo em tor-
no do globo em tor-
no de mim mesmo em
torno de uma mesa
de jogo
até que o zodíaco
pára e a noite cos-
tura-me a boca a
retrós preto/ mas
eu fico impresso
no olho do dia o-
bsoleto
viagem em círculo
sem ida nem venida
sem nenhuma aveni-
da/ adeus com a mão
esquerda/ amanhã
recomeço
entre e um e outro
julho entre um e
outro crepúsculo a
cidade que busco
como hei de encon-
trá-la/ ouço-lhe a
fala mas estou na
outra sala/ amanhã
recomeço
a esperança é um
círculo no zodía-
co na ciranda na
roleta na rosa do
circo na roda do
moinho
amanhã recomeço
em que lado do glo-
bo terá cessado o
diálogo da ovelha
e do lobo?
LADAINHA
Por que o raciocínio,
os músculos, os ossos?
A automação, ócio dourado.
O cérebro eletrônico, o músculo
mecânico
mais fáceis que um sorriso.
Por que o coração?
O de metal não tornará o homem
mais cordial,
dando-lhe um ritmo extra-
corporal?
Por que levantar o braço
para colher o fruto?
A máquina o fará por nós.
Por que labutar no campo, na cidade?
A máquina o fará por nós.
Por que pensar, imaginar?
A máquina o fará por nós.
Por que fazer um poema?
A máquina o fará por nós.
Por que subir a escada de Jacó?
A máquina o fará por nós.
Ó máquina, orai por nós.
SERENATA SINTÉTICA
Lua
morta
Rua
torta
Tua
porta